Se você era criança nos anos 70/80 com certeza entrou em um Fliperama e ficou maravilhado com aquelas máquinas coloridas cheias de luzes, sons e magia...

Nesta página vou falar dos saudosos Fliperamas dos anos 70 e 80 que hoje em dia foram quase que totalmente substituídos pelos videogames de última geração, pelas Lan Houses e por alguns centros de entretenimento eletrônico existentes nos Shopping Centers.

Porém naquela época, se você queria brincar com um jogo eletrônico, o melhor lugar era o Fliperama, também conhecido pelos dizeres “Diversões Eletrônicas”.

Neste local você encontrava máquinas eletromecânicas (principalmente nos anos 70) e eletrônicas (mais comuns nos anos 80) que funcionavam com fichas e não com cartões como as que existem hoje em dia.

As fichas eram de diversos tamanhos, formas e ranhuras diferentes para evitar que você usasse umas mesma ficha em lugares diferentes, eu me lembro daquela pequenina com os dizeres TAITO e uma flechinha inscrita para te ajudar a colocar da maneira correta.

Máquina de Fliperama Eletromecânica

Basicamente existiam duas categorias de máquinas, as máquinas de Pinball e as Arcade ou como eram conhecidas por aqui as de Fliperama e as de Vídeo.

As máquinas de Pinball eram minhas preferidas e sempre me fascinaram ! Nos fliperamas elas eram colocadas lado a lado fazendo um imenso corredor de máquinas, todas ligadas com suas luzes piscando te convidando para jogar e você ficava naquela indecisão de onde gastar aquela sua única ficha, isso quando você tinha dinheiro para uma ficha senão o jeito era se divertir vendo os outros jogarem...

Para quem não conhece, o objetivo do Pinball é evitar que uma bolinha de aço cromada saia do tabuleiro de jogo e enquanto estiver no tabuleiro acerte o maior número de alvos possíveis cumprindo assim determinadas missões e fazendo muitos pontos.

Para controlar a bolinha você utiliza os Flipers acionados por botões nas laterais da máquina, estes rebatem a bolinha para acertar os alvos e evitar que ela saia do tabuleiro, seja pelo vão central ou pelas canaletas laterais.

Algumas máquinas também dispunham de flipers na parte superior do tabuleiro nas laterais para ajudar a acertar determinado alvo.

Cada máquina de pinball tratava de um assunto específico que era retratado de forma espetacular no painel frontal através de desenhos que atraíam e encantavam os jogadores. Ali também estavam localizados os placares e o indicador de partidas e da bola em jogo.

Cada partida (jogo) tinha de 3 a 5 bolas e se você atingisse um determinado número de pontos você ganhava bolas extras e até mesmo uma ou mais partidas (replays).

Ao acertar os alvos além dos pontos marcados você acumulava os chamados Bônus que eram pontos que ficavam registrados no tabuleiro e podiam ser multiplicados e quando você perdia a bolinha eles eram registrados em seu placar ! Ás vezes eram esses pontos que permitiam ganhar o replay no final do jogo !

Por falar em final... lembrei que ao término da partida a máquina sorteava um final (um número ou uma dezena) e se este fosse igual ao final do seu placar você também ganhava uma partida. Lembro de ter encontrado várias máquinas vazias com partidas pois as pessoas que jogavam ou não esperavam pelo final ou nem sabiam a respeito disso !

Uma característica clássica das máquinas de Fliperama era o chamado TILT. Para quem não lembra o Tilt acontecia quando você balançava demais a máquina tentando evitar a queda da bolinha. Quando a máquina dava TILT os flipers paravam de funcionar e aí não tinha jeito de salvar a bolinha. O pior então era que algumas máquinas tinham o Tilt Geral que quando acontecia simplesmente acaba a partida, mesmo que você ainda estivesse na primeira bolinha.... Dava uma raiva...

Nos anos 70 essas máquinas eram eletromecânicas com placares rotativos, dezenas de lampâdinhas que fascinavam o jogador e barulhos característicos como sinos e estalos que encantavam e ficavam na cabeça. Se você jogou em uma destas máquinas com certeza deve lembrar com saudades.

Eu me lembro da barulheira que a máquina fazia para iniciar os placares quando você colocava uma ficha... Mas o melhor de tudo era aquele estalo seco e alto <<PLAC>> de quando você atingia o placar necessário para ganhar uma partida, todos ouviam e ficavam procurando quem tinha conseguido o feito !

Mais tarde nos anos 80 já com a eletrônica mais evoluída as máquinas começaram a apresentar placares eletrônicos e sons digitais reproduzidos por alto falantes, então apareceram máquinas que até falavam com você com aquela voz metálica como se fosse um Robô.

Quem é dessa época deve lembrar da clássica Fire Action que convidava os expectadores a jogar falando: “EI VOCÊ, VENHA JOGAR COMIGOOO” ou da clássica Cavaleiro Negro de dois andares que dizia: "EU SOU O CAVALEIRO NEGRO, A PROCURA DE UM DESAFIIIO !"

Estas máquinas eram da TAITO do Brasil que apareceu por aqui nesta época para fabricar máquinas de fliperama no país e assim suprir a dificuldade de importar estas máquinas de fora.

A Taito fazia versões das máquinas de fliperama americanas da Willians, Gottlieb, Bally, e outras marcas famosas, customizando estas versões para o gosto nacional e usando a marca TAITO ! Além da Fire Action e Cavaleiro Negro talvez você lembre também da Sure Shot, da Cosmic, da Vortex, da Titan e até de uma máquina que tinha um tema totalmente nacional, a Oba Oba com as mulatas do Sargentelli.

Claro que as máquinas continuaram evoluindo e fazendo uso das inovações na área da eletrônica como por exemplo os placares com gráficos animados , disparadores automáticos de bolinhas e até mesmo a mistura de telas de vídeo com máquinas de fliperama mas isso já faz parte de outra época...

Para finalizar um teste para saber se você era viciado nos Fliperamas dos anos 70 e 80:

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